CALÍGULA EM ANGOLA


CUNHA LEAL


Não podem contar-se todos os pormenores de uma vida – até pela impossibilidade material de o fazer -, mas não pode ignorar-se por exemplo que, tão importante como as ideias expressas no comício anti-germânico produzido por Cunha Leal em frente do palácio do Governador Norton de Matos, em Luanda, em 1915, foi o conjunto de reacções em cadeia que acabou por incompatibilizar, de forma “patológica” (=conflitual) os dois homens, ao longo do resto das suas vidas. Ocorrido numa conjuntura adversa de pré-guerra, esse episódio juntou a burguesia de serviços luandense, num mesmo impulso, contra a alegada passividade do Governador e ajudou a criar uma animosidade contra a obra colonizadora de Norton que se prolongou pelo pós-guerra, durante o seu alto-comissariado. No entanto, se essa oposição teve alguma expressão entre os colonos, através da sua imprensa, em nenhum caso ela adquiriu a força demolidora que se encerra no Calígula em Angola, da autoria do biografado. Porventura de forma apaixonada e excessiva,- como aconteceu em tantos momentos da sua vida – Cunha Leal foi aqui o que melhor encarnou e interpretou, quiçá de forma contraditória, o sentido da História: não era a obra nortoniana mais um dos sonhos de verão daquela burguesia republicana empenhada, inconsciente e quixotescamente, na construção de um Império impossível? [Luís Manuel do Carmo Farinha, aqui]

3.º milhar. Capa com desenho de Almada Negreiros. Brochado. Ilustrado. XX, 207 páginas, as últimas 20 de formato ligeiramente maior e com a reprodução de documentos. 22,3 x 14,2 cm. Capa com marcas superficiais de bicho de papel, junto à margem inferior, que não tocam o desenho. Lombada manchada e com pequena falta de papel à cabeça. Impresso nas oficinas gráficas da Sociedade de Papelaria (Porto). Edição do autor, Lisboa, [Abril] de 1924.

Preço: 20 euros.


 


A PROVÍNCIA DE ANGOLA


NORTON DE MATOS


Tiragem especial de 50 exemplares numerados e assinados pelo autor (este o exemplar n.º 37).

Com dedicatória extensa de Norton de Matos, datada de 7 de Maio de 1927, ao Comandante [Francisco de] Aragão e Mello.

Encadernação em tela vermelha, gravada a seco e a ouro. 391,(5) páginas. 21,5 x 14 cm. Com ocasionais sublinhados a lápis de cor azul ou vermelho — potenciais marcas de leitura do dedicatário. Antiga assinatura de posse no ante-rosto, de posterior possuidor. Mantém-se, no geral, bom exemplar. Acabou de imprimir-se a 5 de Abril de 1927. Porto: Edição de Marânus, 1926.

Preço: 85 euros.


 


ALVES REIS

UMA HISTÓRIA PORTUGUESA


FRANCISCO TEIXEIRA DA MOTA


Primeira edição. Quatro volumes brochados (28 x 18 cm), em papel couché, pródigos em ilustrações a cor. Edição do jornal Público, Lisboa, 1998.

Volume 1. A PAIXÃO POR ANGOLA. 103 páginas.

Volume 2. O SONHO DESFEITO. 79 páginas.

Volume 3. O JULGAMENTO FINAL. 99 páginas.

Volume 4. E AS NOTAS FIZERAM-SE DINHEIRO. 94 páginas.

Bom estado, salvo vinco num canto do terceiro volume.

Preço: 22 euros.


 


O CONTRÔLE DE GENEBRA


ARTUR VIRGILIO ALVES REIS


Alves Reis defende-se das acusações de burla. Ilustrado com fac-similes de notas e documentos, e inúmeras tabelas e mapas explicativos, dois dos quais em grande formato (desdobráveis).

Brochado. Volume com VIII,208,CLXIV,(2),[1],(2),[1],(8) páginas, e a maioria dos cadernos ainda por abrir. 23,2 x 16 cm. Capa cansada, miolo limpo. Mantém-se um exemplar interessante. Lisboa: Edição do Autor, [Abril de] 1928.

Preço: 40 euros.



O HOMEM DE LISBOA


THOMAS GIFFORD


Romance. Edição integral. Título original: The Man from Lisbon. Tradução de J. Peixoto e Eduardo Saló. Encadernação editorial com sobrecapa de José Antunes. 353 páginas. 24,5 x 16 cm. Mínimas marcas de uso exteriores. Miolo limpo. Bom estado geral. Lisboa: Círculo de Leitores, 1980.

Preço: 12 euros.