JOSÉ RÉGIO — Fado — (1941) — 1.ª edição
[03Maio25]
FADO
JOSÉ RÉGIO
Primeira edição. Versos de José Régio e desenhos de Júlio.
Exemplar único, com encadernação original primorosa de Vasco Antunes (Traça Pombalina), inteira de pele com quatro cores e ouro nas estrelas, nas cordas da guitarra e nos dizeres da lombada. Conserva capas de brochura. 173,(3) páginas. 20,5 x 14 cm. Leve mancha na margem superior do miolo (não aparado), de pouca relevância. Coimbra: Arménio Amado Editor, 1941.
Peça de colecção.
Preço: 450 euros.
O ECLIPSE DE SOL DE 1900
MAIO 28 EM PORTUGAL
REAL OBSERVATÓRIO ASTRONÓMICO DE LISBOA
Um «episódio de popularização da astronomia», de «entusiasmo público pela ciência» e de «prestígio nacional», em Portugal: o eclipse total do sol de 28 de Maio de 1900 [v. Simões, 2011]. A Península Ibérica foi o único território europeu onde o fenómeno pôde ser observado na totalidade, e grande número de astrónomos de todo o mundo, profissionais e amadores, organizaram expedições de estudo a Portugal e Espanha, oportunidade única para troca de conhecimentos e experiências que originou inúmeras publicações e artigos, didácticos, científicos e jornalísticos. Terá sido, também, o primeiro eclipse total do sol a ser registado em vídeo.
Frederico Oom (1864-1930), 2.º astrónomo do OAL à época e figura central, em toda a logística do evento, de um equilíbrio bem-sucedido entre Política, Ciência, Público e Imprensa, preparou esta obra de divulgação científica a ser publicada em Abril de 1900, um mês antes do eclipse, com um panorama histórico e imagético impactante, previsões, conselhos fotográficos e conselhos de observação detalhados.
Duzentos exemplares foram enviados à imprensa [v. Simões], e o assunto foi amplamente divulgado em todo o território nacional. A revista Occidente n.º 769, de 10 de Maio de 1900, por exemplo, pôde informar os seus leitores de que a totalidade attinge o seu maximo em Portugal, na villa de Ovar onde a duracão será de 93″,1, seguindo-se-lhe Vizeu com 91″,6, a Serra da Estrella com 91″,1, Guarda com 86″,6, Aveiro com 78″,1 e Porto com 58″,4. Começará o eclipse por Caminha ás 2 horas e 5 minutos. Acaba primeiro em Valença ás 4 horas 34′ 45″ e por fim, em Villa Real de Santo Antonio, ás 4 horas 41′ 53″.
Volume ilustrado com uma estampa fotográfica a par do rosto, «Corôa solar no eclipse de 1860», e VI estampas desdobráveis no final: mapas, percurso no território, aspectos do céu, visibilidade de constelações, etc. Com xii,130,[VI] páginas, e 28,5 x 21,5 cm. Lisboa: Imprensa Nacional, 1900.
Encadernação de Vasco Antunes — com a lombada em pele e título em rótulo de pele gravado a ouro na pasta frontal — distinta e em excelente estado de conservação. Preserva capas de brochura, com manchas e pequenos defeitos. Miolo no geral limpo. Rosto com falta (diagonal) de papel no canto superior, sem prejuízo da mancha de impressão. Páginas 15/16 restaurada na margem superior, fora da mancha de impressão. Estampas III, IV, V e VI com pequeno furo (1mm) de bicho de papel ao centro, e dois junto à margem inferior, praticamente irrelevantes. Mantém-se um bom exemplar, invulgar.
Preço: 120 euros.
1870 L i v r o s 