POVO
AFONSO RIBEIRO
Contos. Capa de Júlio Pomar. Primeira edição. Proibido pela censura. Brochado, com 13 cm x 19,7 cm e 267,(5) páginas. Capa em bom estado, lombada um pouco escurecida, miolo limpo. Porto: Editorial Ibérica, 1947.
Preço: 22 euros.
BAIRRO DA LIBERDADE
ROMANCE
MANUEL MARTINHO
Romance. 291 páginas. 19,5 x 13,5 cm. Encadernação sintética recente em óptimo estado de conservação e muito sólida, conserva ambas as capas de brochura, com marcas de pequenos restauros. Um bom exemplar. N.º 1 da Colecção Prosadores – Nova Seiva, editor Armando Lopes Esteves. Lisboa: Bolsa Cultural, 1948.
Preço: 25 euros.
Aquilo prestava-se pouco. Bairro da Liberdade, gente de casebres, pegado com Monsanto, vizinhos do aqueduto, nem de graça se iria para lá. E, no entanto, a encosta da serra começou a povoar-se. Vinham famílias sacudidas pela miséria, abrigar-se comodamente, por cem mil reis de renda. Três cubículos de madeira velha, telhas em cima de vigas que o cair das chuvadas logo apodrecia, portas estreitas onde o gemido, o pranto ou a alegria eram vizinhos da rua — e tudo isto rodeado de um chão barrento onde os homens, as mulheres e as crianças deixavam marcados os trilhos do seu caminho.
Na cidade, no centro, ninguém lhes dava guarida. Gente pobre, carregada de filhos, enxovalhada na roupa que se traz todos os dias, morar em casas, era uma ousadia dos diabos!
Alfama, Mouraria, Santa Isabel ou Alcântara estavam exigentes. Queriam hóspedes de gravata, de pouca serventia de cozinha e não bandos precatórios de tachos enfarruscados, com crianças de peito. [pp. 11-12]
A VIDA FORA DAS FÁBRICAS
COTIDIANO OPERÁRIO EM SÃO PAULO
1920-1934
MARIA AUXILIADORA GUZZO DECCA
Capa de Isabel Carballo. Brochado. 135,(1) páginas. 20,5 x 13,5 cm. Lombada e margens adjacentes das capas amarelecidas. Miolo limpo. Colecção Oficinas da História, vol.3. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1987.
Preço: 12 euros.
MADRID EM CHAMAS
( IMPRESSÕES VIVIDAS EM ESPANHA )
Z. VILLALBA
A visão da Guerra Civil de Espanha que convinha ao Estado Novo, donde o prefácio de Marcelo Caetano, que elogia no autor o hábito «à disciplina dos factos e das normas», e ser «profissionalmente avesso à deformação literária da realidade», isto perante «os monstros da revolução pseudo-proletária» e os «frios algozes comunistas».
Trata-se de uma «tradução livre», pelo octogenário «Dr. Eduardo de Castro e Almeida», de um «manuscrito» de «um homem de leis, eminente no fôro madrileno». Villalba, Z. será então um pseudónimo? Existe o manuscrito? Nas décadas anteriores, Castro e Almeida (n. 1865), que foi primeiro conservador da Biblioteca Nacional, tornara-se uma autoridade na catalogação de manuscritos em arquivos públicos nacionais.
Capa não assinada. Em brochura e em bom estado, salvo vinco (pouco profundo) de leitura na lombada. 161+(1) páginas. 19 x 12 cm. Sem menção de editor, mas com a referência de ter sido composto e impresso na secção de «Linotypes» d’O Jornal do Comércio e das Colónias [orgão de imprensa alinhado com a ditadura], em Lisboa, 1936.
em conjunto com:
VINGANÇA, de ALFREDO MARQUES. Novela operária. Capa não-assinada. 158+(2) páginas. 19,5 x 13,5 cm. Lisboa: Editorial Hercules, 1933. Capas e lombada cansadas e com defeitos. Pequena assinatura de posse no interior do ante-rosto. Miolo no geral limpo.
Preço (do conjunto: 25 euros.
Vida de um Operário num país de Leste
[24Nov20]
VIDA DE UM OPERÁRIO NUM PAÍS DE LESTE
( SALÁRIO À PEÇA )
MIKLOS HARASTZI
Um [certo] aspecto surge na componente não fictícia, mas abstracta, do livro — tanto mais abstracta quanto a experiência e o vivido são concretos. Quando se descrevem processos de trabalho precisos, eles elevam-se, por si próprios, à abstracção. Citemos, à letra, esta ou aquela frase do regulamento militar alemão e encontrar-nos-emos a fazer um «pastiche» de Kafka (por exemplo, as regras respeitantes à continência: em marcha, em sentido, deitado, de bicicleta, a cavalo, de carro, etc.). Se descrevermos, minuciosamente, os rituais que se praticam num escritório de administração (os gestos com que se aparam os lápis, por exemplo, ou com que se tiram ou põem os óculos, para os limpar) ou ainda os mil movimentos de um empregado de café, numa sala à cunha, esta pintura fiel parecer-nos-á abstracta e insólita. A tal ponto que até aqueles cujo universo de trabalho se encontra aqui descrito teriam dificuldade em considerar a descrição «realista».
Prefácio de Heinrich Boll,
pp. 9-14
Título da edição original: Darrabér. Traduzido do húngaro por Judit Svaradja e Joel Aizac. Tradução do francês por Miguel de Araújo. Capa de António Pedro. Colecção Vida e Cultura [n.º 79]. 233+(7) páginas. 22 x 15 cm. Capas com leves marcas de uso e guardas com alteração de cor; mantém-se um exemplar em bom estado geral. Lisboa: Livros do Brasil, [1978?].
Preço: 12 euros.