O ESPÊTO
SOCIEDADE CONHECIDA DE RESPONSABILIDADE LIMITADA A CEIAS E PIQUENIQUES
ERNESTO DE CARVALHO
«Um excelente livro de que é auctor o sr. Ernesto de Carvalho, de Beja, um espírito culto, dado às letras e que nesta sua produção revela um notável espírito assimilador de factos interessantes para descrever uma época e historiar o que pertence à região dessas descrições. O livro tem por título O Espêto, que era a designação da bohemia bejense de tempos não distantes e cujas figuras, embora já no declinar para a gravidade de costumes austeros, afirmaram a sua passagem no convívio daquela geração, sem se apeiarem de inteiresa de caracteres e das praxes de correcta maneiras com que foram educadas» [aqui].
Inclui folha-volante em papel couché, com soneto do autor alusivo ao livro, datada de Beja, 1914.
Caricaturas e desenhos de Aguiar Basto, António Mira Feyo, Luís Mira Feyo, J. Brito Júnior e M. Palma.
Ilustrado com várias fotografias e desenhos, no texto, a preto.
Brochado. 222,(4),[I] páginas. 19 x 13,5 cm. Lombada com falhas de papel nas extremidades, porém sólida. Capa com pequenas manchas. Assinatura de posse coeva, no rosto. Mantém-se um exemplar interessante, de uma obra invulgar. Lisboa: Tipografia Universal, 1914.
Preço: 30 euros.
REVISTA DE PORTUGAL
Dirigida por
VITORINO NEMÉSIO
Colecção completa. Nº 1 (Coimbra, Outubro 1937) ao nº 10 (Lisboa, Novembro 1940). Publicação dirigida por Vitorino Nemésio, secretariado por Alberto de Serpa, com colaborações plásticas, literárias e críticas (e alguns inéditos póstumos) de:
Afonso Duarte, António Sérgio, Júlio (Saúl Dias), José Régio, Adolfo Casais Monteiro, Miguel Torga, António de Sousa, Carlos Queiroz, João Gaspar Simões, João Falco, Mário Eloy, Ribeiro Couto, Ventura Porfírio, Almada Negreiros, António Botto, Agostinho da Silva, Alberto de Serpa, José Bacelar, Fernando Amado, Manuel Laranjeira, Sarah Affonso, Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Jules Supervielle, Cecília Meireles, Aquilino Ribeiro, Diogo de Macedo, Sant’Anna Dionísio, José Marinho, Francisco Bugalho, Maria Helena Vieira da Silva, Políbio Gomes dos Santos, Mário Dionísio, Câmara Reis, Teófilo Braga, Álvaro de Campos, Manuel Bandeira, Mily Possoz, Delfim Santos, Vitorino Nemésio, António Nobre, Antero de Quental, Rachel Bastos, Manuel Anselmo, José Tagarro, Alexandre Herculano, Adalgisa Nery, Murilo Mendes, Maria Archer, João José Cochofel, José Neiva, Fernando Namora, Bernardo Marques, Baltazar Lopes, Fialho de Almeida, Ofélia Marques, Jorge de Lima, Edmundo de Bettencourt, Fernando Lopes-Graça, Raul Brandão, Paulo Quintela, Rainer Maria Rilke, João Cabral do Nascimento, Jorge Amado, José Gomes Ferreira, Olavo d’Eça Leal, Andrée Crabbé Rocha, Hein Semke, Raúl Proença, António Lopes Ribeiro, José Osório de Oliveira, Camilo Pessanha, José Rodrigues Miguéis, e outros.
«Retomando um título que fez época, e refiro-me à publicação de Eça de Queirós de finais do século passado, a Revista de Portugal estava bem estruturada, revelando um projecto indubitavelmente amadurecido (…) [tendo congregado] nas suas páginas, com um equilíbrio notável, saudosistas, poetas de Orpheu, presencistas e neo-realistas.» [v. Daniel Pires, Dic. Imp. Periód. Portug. Séc. XX, vol.1, p.316]
Ilustrada com esparsos extra-textos couché, em cada número. Em brochura. 24,5 x 16,3 cm por volume, 13 cm na estante. Paginados para (3) volumes de 672, 598 (e 292) páginas — o N.º 5 e o N.º 10 incluem apensos os cadernos de guardas, ante-rosto e rosto, assim como os respectivos índices finais de títulos por autor, para as encadernações do Volume I (números 1 a 4) e do Volume II (números 5 a 8).
Ínfimas imperfeições exteriores: canto da moldura na capa do N.º 1; vinco na margem inferior da capa do N.º 4; metade inferior da lombada e pequena mancha amarela em zona adjacente da capa do N.º 5; margem superior empoeirrada na capa do N.º 10. Uma colecção num estado de conservação invulgar, com vários cadernos por abrir.
Preço: 300 euros.
A MANUTENÇÃO MILITAR
1920-1921
RELATÓRIO DA GERÊNCIA
FRANCISCO DE PINA LOPES
O Major Francisco de Pina Lopes, com carreira militar preenchida de honras e louvores, destacou-se na organização administrativa — «modelar», segundo Gomes da Costa, e «com a mais severa economia e perfeição» —, tanto na Guarda Fiscal como na 1.ª Divisão do C.E.P., mas também, depois da Guerra, na Manutenção Militar. Foi eleito senador em 1915, e deputado em 1919, tendo exercido funções de secretário e relator de diversas comissões relativas a assuntos militares, fiscais e orçamentais. Finalmente, nos governos de António Maria Baptista e José Ramos Preto, foi Ministro das Finanças. Após passar à situação de licença ilimitada, em 1923, foi administrador da C.P. e de várias outras indústrias e bancos, nacionais e ultramarinos [GEPB, v. 21, pp. 690-691].
Este Relatório da Gerência da Manutenção Militar, correspondente ao biénio 1920-1921, é bom exemplo das ditas capacidades organizativas e administrativas de Pina Lopes, que procura ser «intérprete fiel e austero» do que observou, executou e fez executar, num momento orçamental difícil. Extenso e detalhado, com fotografias, desenhos e tabelas e mapas desdobráveis, pormenoriza secções, divisões, serviços, sucursais e depósitos, funções e vencimentos do pessoal, a instrução, o fardamento, a disciplina, os transportes ou a produção cerealífera. Destaque para o capítulo VIII, sobre a Greve dos Padeiros, p. 31-33.
Com 22 x 16,5 cm, e 78,[67],XXI,(3) páginas, contém 58 fotografias, desde a barbearia à biblioteca, passando pela marcha das operárias e o touro holandês da sucursal dos Olivais; 2 páginas com desenhos: a produção de pão e a produção de enchidos; 2 mapas desdobráveis e 2 tabelas desdobráveis. Bom estado de conservação.
Preço: 35 euros.
FERNANDO LANHAS
os sete rostos
FERNANDO GUEDES
Os sete rostos de Fernando Lanhas, segundo Fernando Guedes: a Pintura, o Desenho, a Poesia, os Sonhos, a Arquitectura, a Astronomia e a Arqueologia. Inclui excertos dos “diários de sonhos” de Fernando Lanhas.
No mesmo ano e baseado neste livro, António de Macedo realizou para a RTP o documentário sobre Fernando Lanhas com título homónimo [ver aqui].
Brochado. Ilustrado com desenhos, fotografias, e pinturas. 165 páginas. Oblongo (22,5 x 31 cm). Capa levemente amarelecida. Miolo limpo. Bom estado geral. Esgotado. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1988.
Em conjunto com:
COLÓQUIO ARTES. Revista Trimestral de Artes Visuais, Música e Bailado. N.º 71. 2.ª série. 28.º ano. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, Dezembro de 1986. Com um ensaio de João Pinharanda (pp. 14-25), «Lanhas: Intuição e Geometria». 86 páginas e 30,5 x 23 cm. Bom estado.
Preço: 55 euros.
MANUAL DE ZOOLOGÍA FANTÁSTICA
JORGE LUIS BORGES
MARGARITA GUERRERO
A un chico lo llevan por primera vez al jardín zoológico. Ese chico será cualquiera de nosotros o, inversamente, nosotros hemos sido ese chico y lo hemos olvidado. En ese jardín, en ese terrible jardín, el chico ve animales vivientes que nunca ha visto; ve jaguares, buitres, bisontes y, lo que es más extraño, jirafas. ve por primera vez la desatinada variedad del reino animal, y ese espectáculo, que podría alarmarlo u horrorizarlo, le gusta. Le gusta tanto que ir al jardín zoológico es una diversión infantil, o puede parecerlo. Cómo explicar este hecho común y a la vez misterioso? — início do Prólogo.
Primeira edição, e primeira versão de El Libro de Los Seres Imaginarios, publicado dez anos mais tarde, e que na sua última versão conta com 120 “espécies”. Nesta primeira versão, como Manual de Zoología Fantástica, estão descritos 89 “seres”.
Ilustrado. Obra escrita em colaboração com Margarita Guerrero. Capa com desenho («El catoblepas») de Fabrizio Clerici. Arranjo gráfico de Emmanuel Carballo. Cartonagem editorial com sobrecapa. 159 páginas. 17,5 x 11 cm. Pequena rúbrica de posse «A. Campos» (poeta e editor António Campos), no rosto. Lombada e margens da capa frontal levemente amarelecidas. Protegido com uma segunda sobrecapa de melinex. No geral, um bom exemplar, com mínimas marcas de uso, de uma muito curiosa peça do imaginário borgesiano. Colecção Breviarios del Fondo de Cultura Económica, n.º 125. México / Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, 1957.
Preço: 130 euros.
PRÉ-HISTÓRIA DE PORTUGAL
M. FARINHA DOS SANTOS
2.ª edição revista e actualizada. Dedicatória manuscrita do autor. Ilustrado com fotografias, da autoria de Manuel Leitão, C. T. North, C. Tavares da Silva, Carlos Ferreira de Almeida e J. Justo; e desenhos. Brochado. Usado e em bom estado. 21 x 14,5 cm cm. 175,(1) páginas. Colecção Biblioteca das Civilizações Primitivas. Lisboa: Editorial Verbo, [13 de Fevereiro de] 1974.
Preço: 18 euros.
ESTÉTICA CITADINA
RIBEIRO CHRISTINO
Edição actualizada e ilustrada da série publicada no «Diário de Notícias» de 1911 a 1914.
Primeira edição. Ilustrado com fotografias, e desenhos do autor [João Ribeiro Cristino da Silva, 1858-1948, desenhador e gravador que pertenceu ao Grupo do Leão e fez parte da criação da Sociedade Nacional de Belas-Artes].
Dividido em cinco partes: Lisboa Central; Lisboa Oriental; Lisboa Ocidental; Praças e Largos Lisbonenses; e Comemorações e Curiosidades Citadinas [tais como os chafarizes, os portões de casas nobres, a Feira da Ladra, jazigos artísticos ou as obras de Santa Engrácia].
222 páginas. 23,2 x 16,7 cm. Bom estado geral, salvo pequena falta de papel [1,8 x 0,3 cm] na margem posterior da lombada. Lisboa: Imprensa Libânio da Silva, 1923.
Preço: 30 euros.
10 Poemas para CATARINA [Eufémia], 1981
[02Jan22]
10 POEMAS PARA CATARINA
«No 27.º aniversário do assassínio de Catarina Eufémia».
Pasta de cartão (29,7 x 20,5 cm) contendo 19 folhas soltas (19,5 x 28,5 cm), com poemas de Álvaro Magalhães, António Ramos Rosa, Armando Silva Carvalho, Egito Gonçalves, José Gomes Ferreira, Manuel Alberto Valente, Maria Teresa Horta, Marta Cristina de Araújo, Papiniano Carlos e Sophia de Mello Breyer Andresen; três desenhos de José Rodrigues; um excerto de um texto de José Dias Coelho sobre Catarina Eufémia; e a reprodução da primeira página do Avante! [VI série, n.º 187, Abril-Maio 1954] com a notícia da “carga” da GNR que matou a ceifeira de Baleizão.
Álbum organizado por Marta Cristina de Araújo, e dirigido graficamente por Armando Alves. Tiragem de 600 exemplares, dos quais 500 com distribuição comercial (este o número 490). Bom estado. Capa com mínimas imperfeições, visíveis nas fotografias. Folhas soltas em estado impecável. Porto: O Oiro do Dia, 1981.
Preço: 40 euros.