AMOR DE PERDIÇÃO


FRANCISCO BRAGA


O libreto de Francisco Braga para a ópera de João Marcelino Arroyo, baseado no romance homónimo de Camilo Castelo Branco, distribuído nas representações da primeira temporada, no Real Theatro de S. Carlos. Com ilustrações do cenógrafo Luiz Salvador Marques.

O Italiano Luigi Mancinelli foi chamado a dirigir e a estreia aconteceu a 2 de Março [de 1907], depois de ensaios gerais com casa cheia e a presença da Rainha D. Amélia, perante a família real, quase todos os membros do governo (ao qual o autor se opunha), representantes parlamentares, universitários, judiciais e da imprensa (que relataram o desenrolar do acontecimento com pormenor de reportagem radiofónica avant la lettre): foi um acontecimento nacional que configurou o maior sucesso que jamais teve lugar no Teatro de S. Carlos.
[v. Meloteca]

Caderno de 36 páginas. 21,5 x 14,5 cm. Capas e miolo com um leve vinco central (vertical) de leitura. Uma das ilustrações com uma curiosa nota manuscrita relativa à posse coeva do convento. Edição do Real Theatro de S. Carlos, Empreza de José Paccini, Época 1906-1907, Lisboa, [1907].

Preço: 35 euros.


 


NOITES DE INSOMNIA

ANNOTAÇÕES DO AUTOR


CAMILO CASTELO BRANCO


Curiosidade extraída de uma colecção das Noites de Insomnia, em quatro volumes anotados a lápis e tinta por Camilo Castelo Branco, então na posse de Bettencourt Raposo, que transcreve as notas e apresenta o opúsculo.

Caderno de 12 páginas. 22 x 13,7 cm. Algunas vincos de manuseio. Lisboa: J. Rodrigues & C.ª, s.d. — Henrique Marques, n’Os Editores de Camilo, põe-lhe a data de 1915.

Preço: 17 euros.


 


TYPOS NACIONAES D’AVEIRO

JOSÉ LUCIANO DE CASTRO

(ESTUDOS DO CORAÇÃO E DO FIGADO)

D. ROSARIA DOS COGUMELLOS
[CAMILO CASTELO BRANCO]


Conta Henrique Marques, n’Os Editores de Camilo, que «[p]ara em tudo ser singular, Camilo até o foi na variedade e estranheza de editores.
Quem for lido nas obras do Mestre deve lembrar-se de que, em 1855, no Porto e Carta, apareceu dele uma série de artigos de troça a José Luciano de Castro, assinados por D. Rosária dos Cogumelos.
José Luciano, estreante ainda, publicara em Aveiro uns artigos impregnados daquela ingenuidade própria dos poucos anos, que foi o que deu o flanco à troça pegada de Camilo, em que não ficava pedra sobre pedra.
José Luciano não lhe guardou rancor por semelhante crítica; provou-o exuberantemente quando, sendo chamado como testemunha no escandaloso processo dos amores de Camilo com D. Ana Plácido, declarou que nada sabia nem nada ouvira dizer sobre tal acontecimento.
Pois a política, essa desavergonhadíssima marafona, que tem o triste condão de emporcalhar e desvirtuar tudo em que toca, aproveitou-se desses artigos de Camilo, que já morrera havia 15 anos, como de uma arma de ataque contra José Luciano.
Um grupo de adversários deste chefe do Partido Progressista, quando foi da questão dos tabacos, em 1905, para o combater, foi desencantar aquela troça de Camilo, e editou-a em opúsculo, de 22 págs., sob o título de Tipos Nacionais — José Luciano de Castro.
Custava 50 réis o folheto, e vendia-se a rodo.
Contou-me a história o meu amigo Dr. Dias da Costa, escabichador de coisas de Camilo, história que um acaso — precioso auxiliar dos investigadores — lhe deu a conhecer.»

Do Jornal «Porto e Carta» de 1855, de que foi redactor Camillo Castello Branco, por J. Bernardo, Editor, sem local e sem data [1905]. Caderno de 22 páginas e 17 x 11 cm. Bom estado.

Preço: 45 euros.


 


MYSTERIOS DE LISBOA


CAMILO CASTELO BRANCO


Tentar fazer um romance é um desejo innocente. Baptisal-o com um titulo pomposo é um pretexto ridiculo. Apanhar uma nomenclatura, estafada e velha, insculpil-a no frontispicio de um livro, e ficar orgulhoso de ter um padrinho original, isso, meus caros leitores, é uma patranha de que eu não sou capaz.
Este romance não é meu filho, nem meu afilhado.
[«Prevenções», p. 5]

Quinta edição. Obra completa em 2 volumes. Encadernação com a lombada em pele, sem capas de brochura. 255,(1)+279,(1) páginas. 20 x 13 (x 4,5) cm. Desgaste exterior à cabeça e pé da lombada. Miolo limpo, em ambos volumes, apenas acidificado na primeira e última páginas de cada tomo. Porto: Em Casa de A. R. da Cruz Coutinho, Editor, 1878.

Preço: 28 euros.